Carris resgata história com os Caminhos do Lupi

29/09/2014 11:41:30

Foto: Fernanda Leal/Divulgação PMPA

Dois ônibus percorreram locais que foram importantes na vida do compositor

Foto: Fernanda Leal/Divulgação PMPA

Edição de encerramento dos Caminhos do Lupi ocorreu sábado, 27

Setembro foi sem dúvida o mais lupiciniano dos meses do ano em Porto Alegre. Celebrando a data em que Lupicínio Rodrigues completaria 100 anos, a Carris promoveu o projeto Caminhos do Lupi, passeio turístico e cultural gratuito realizado em ônibus da Companhia que apresentou a história do compositor em sintonia com o cotidiano social da cidade na primeira metade do século XX. Ao embarcar nesta breve viagem, os participantes aprenderam sobre os locais que foram importantes na vida de Lupi. A iniciativa teve quatro edições, realizadas em todas as tardes de sábado de setembro, com saída do Largo Zumbi dos Palmares (Epatur), e envolveu mais de 1 mil pessoas. A Companhia e Lupicínio encontraram-se na década de 1920, quando o então menino foi aprendiz de mecânico nas oficinas da empresa de transporte. (fotos)

Embora o projeto original fizesse previsão de apenas um ônibus, foi necessária a adição de um segundo coletivo para acomodar a grande procura por vagas. A parada final dos passeios aconteceu em evento musical batizado de Roda de Lupi. A cada uma das edições, um show de samba na Travessa dos Venezianos, no bairro Cidade Baixa, um dos berços do Carnaval de Porto Alegre, recebia os viajantes do ônibus da boemia. Nesses encontros, comandados por diferentes músicos a cada semana, sucessos de Lupicínio Rodrigues como Nervos de aço, Vingança, Esses moços, Cadeira Vazia e muitos outros foram relembrados no palco. A iniciativa teve o apoio da Secretaria Municipal de Cultura.

O caminho – A primeira parada dos Caminhos do Lupi foi o Centro Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues (Teatro Renascença), local onde ficava parte da antiga Ilhota, bairro onde nasceu e viveu o compositor. Dali, os ônibus seguiam até a Praça Garibaldi, em local próximo à avenida Venâncio Aires, antigo Cine Garibaldi - Lupicínio trabalhou como vendedor de pastéis e balas em frente ao cinema - e passavam pela rua João Alfredo. Em frente ao Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo, as monitoras comentavam sobre a antiga rua da Margem, onde ocorriam desfiles populares de Carnaval. Os coletivos visitavam, logo após, dois pontos da avenida João Pessoa: o primeiro deles, o local onde ficava a antiga garagem dos bondes da Carris e, o segundo, o Sétimo Batalhão de Caçadores.

Os participantes do passeio tiveram ainda a oportunidade de conhecer a breve passagem de Lupicínio pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) - por um período, ele trabalhou como bedel da Faculdade de Direito da universidade -, assim como a história por trás da criação do Hino do Grêmio, em visita ao Parque Moinhos de Vento - onde ficava o Estádio da Baixada, antiga sede do clube - e a relação do compositor com a rua Cabo Rocha, onde situavam-se os antigos bordéis de Porto Alegre, hoje chamada Professor Freitas de Castro. No Mercado Público, os participantes ouviam histórias contadas por um garçom do Restaurante Gambrinus que foi testemunha do período em que o lugar era um tradicional reduto boêmio da Capital, no qual Lupi era figura constante, e visitavam o Restaurante Naval, que ainda hoje traz a cadeira em que Lupi costumava sentar-se, exposta próxima a quadros que contam a relação do local com notórios artistas porto-alegrenses.

Texto de: Fernanda Leal
Edição de: Andrea Brasil
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